Somos muitos milhares de trabalhadores e trabalhadoras que, trabalhando para o Estado, não têm o seu vínculo reconhecido. Trabalhamos a falsos recibos verdes e falsas bolsas, com contratos a termo para funções permanentes, com Contratos de Emprego-Inserção, em regime de outsourcing, estágios ou através de empresas de trabalho temporário. Trabalhamos por todo o país nas mais variadas funções e locais de trabalho: hospitais, escolas, bibliotecas, centros de emprego, institutos públicos, direcções-gerais, estamos em todo o lado. Somos todos indispensáveis ao funcionamento dos serviços públicos mas não nos são reconhecidos os direitos nem a protecção social, que nos é devida.
Recentemente, vimos aprovar na Assembleia da República uma norma para regularizar os precários da Administração Pública e do sector empresarial do Estado. O Governo está a inventariar todos os precários do Estado para constarem no relatório que será a base deste processo de regularização. Aqui estamos. Somos Precários do Estado e vimos exigir a regularização que esperamos, alguns há décadas.
Neste processo ninguém pode ficar para trás, e por isso juntamo-nos para exigir justiça. Só com a mobilização de todos é que ninguém ficará esquecido. Exigimos acabar com toda a precariedade no Estado. Ninguém pode ficar para trás.
Este é um problema que afecta toda a gente, todos os cidadãos e cidadãs que utilizam os serviços públicos, por isso, somos Precários do Estado mas também somos os seus familiares, amigos e contamos com a solidariedade de todos aqueles que lutam pela qualidade dos serviços públicos. Se estás numa situação de precariedade no Estado ou se és solidário com quem esteja nesta situação, convidamos-te a subscrever este manifesto pela regularização de todos os Precários do Estado.